sábado, 22 de agosto de 2015

“Independência da arte - para a revolução. A revolução - para a liberação definitiva da arte”

Breton e Trotsky no México, 1938
André Breton, poeta surrealista francês, autor de “Amor Louco” e “Nadja”, inimigo ferrenho de Stalin e do “realismo socialista” (arte oficial do stalinismo) e do engessamento nazifascista da arte, vai para o México em abril de 1938 para encontrar Trotsky. Após inúmeras conversas e um intenso debate sobre a situação da arte e as perspectivas revolucionárias para a produção artística e intelectual, lançam o manifesto “Por Uma Arte Revolucionária Independente” em julho de 1938.

O Manifesto Surrealista vem a público numa etapa em que as condições políticas em nível mundial são as mais reacionárias possíveis: os ovos da serpente do fascismo estão sendo chocados e na URSS stalinisada vários assassinatos de dirigentes históricos do bolchevismo aconteciam sob os chamados Processos de Moscou. A arte, como um todo, estava sucumbindo a postulações formalistas e convenções artificiais tanto por parte do regime hitlerista como o do stalinista, cada um com seus vieses (sem sinal de igual entre ambos). Para o Surrealismo, fortemente influenciado pelas elaborações psicanalistas de Sigmund Freud, era fundamental o papel do inconsciente no processo criativo, o que estava sendo destruído pelo “racionalismo” de convenções permeadas burocraticamente por políticas de Estado. Prega, outrossim, a libertação dos poderes da imaginação, onde a psicanálise, arte e política se unem no ideal de ego, o qual, por sua vez, se ergue contra o establishment ao renovar os poderes do mundo interior, do “id”. Ou seja, a emancipação do espirito como engenho da condição livre do Homem, da sua inteira emancipação do modo de produção que lhe oprime, restringe-lhe a liberdade.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

75 ANOS DO ASSASSINATO DE LEON TROTSKY A História vingará este crime: suas ideias permanecem em nossos corações e mentes!



Aqui uma singela homenagem. Trotsky atingido por uma picareta na cabeça pela covarde ação planejada a partir de um assassino profissional a mando do stalinismo, Ramon Mercader, no dia 20 de agosto, não resistiu ao golpe e veio a falecer no dia seguinte. Brilhante arregimentador e escritor militante, grande construtor do Exército Vermelho que garantiu a vitória da Revolução de Outubro durante a guerra civil contra as tropas do Czar a serviço das potências imperialistas, foi o fundador da Quarta Internacional em 1938. Opositor ferrenho à ideia da revolução em um só país destacou-se no meio dirigente com a Teoria da Revolução Permanente e seria a razão de uma das tantas desavenças com Stalin. Com a morte de Lenin em 1924, e por ser um membro relativamente recente do Partido Bolchevique inicialmente não teve forças para enfrentar a burocratização do mesmo, haja vista que era encarado como um “elemento exógeno” por grande parte dos dirigentes “históricos” do partido. Desta característica se aproveitara Stalin para formar um corpo burocrático a seus serviços e isolar o grande dirigente da Revolução. Seu papel a partir do momento em que foi banido da URSS pela camarilha montada por Stalin no poder foi a defesa principista das conquistas sociais e políticas da União Soviética, convertendo-se em seu maior combate da sua vida, o que viria a ser seu último até sua vida ser apagada.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

70 ANOS DA BOMBA ATÔMICA SOBRE HIROSHIMA E NAGASAKI Terror criminoso e bárbaro do imperialismo contra a população civil num Japão derrotado inaugura nova ordem mundial de ofensiva ideológica e militar contra a URSS

“O que aconteceria se uma cidade inteira fosse arrasada por uma única bomba de urânio? E com uma bomba de plutônio?” (Diretor do Exército dos EUA, Projeto Manhattan, Gal. Leslie Groves).

“Então um imenso clarão cortou o céu... o clarão partiu do leste em direção ao oeste, da cidade em direção às montanhas. Parecia um naco de sol...” (John Hersey, Hiroshima).

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de Agosto de 1945, mesmo que a guerra estivesse acabada era necessário que a Casa Branca e o Pentágono justificassem os gastos de mais de 2,6 bilhões de dólares no tétrico e ao mesmo tempo macabro de proporções gigantescas “Projeto Manhattan”, posto em pé com o objetivo de criar a bomba atômica (200 mil operários estavam a ele submetidos sem saber o que estavam construindo e centenas de cientistas). Época em que a indústria da destruição em massas foi levada a frente “a todo vapor”! Além do mais, há anos a população norte-americana vinha sendo “bombardeada” pela mídia corporativista e a propaganda oficial que uma possível bomba destas proporções poderia por a termo a guerra e assim “salvar milhares de vidas americanas”. O então presidente dos EUA, Harry Truman, vertendo lágrimas de crocodilo discursou impavidamente entonando uma prece acerca da sua mais nova criatura: “… Agradecemos a Deus por [a bomba] ter vindo a nós ao invés de nossos inimigos; e oramos para que Ele nos guie para usa-la a Sua maneira e com Seus propósitos…” (http://www.trumanlibrary.org/publicpapers/index.php?pid=104&st=&st1). Antes, porém, Albert Einstein, o grande gênio da física moderna, atuando como “inocente útil” (ou idiota mesmo), havia advertido Roosevelt que os alemães estariam desenvolvendo uma poderosa bomba a partir da fissão atômica do urânio. Hoje documentos descobertos comprovam que isso se tratou de uma falácia, pois os nazistas estavam muito longe de produzir uma bomba nas características nucleares, careciam de cientistas, tecnologia, matéria prima e, não obstante, capitais. Mas serviu como pretexto ideológico do imperialismo para a produção da arma nos laboratórios de Los Alamos a fim de atingir seu objetivo tático-estratégico: causar terror na população japonesa e demonstrar sua força descomunal contra uma cacifada União Soviética do pós-guerra! Após seis anos de sangrentos embates, 50 milhões de vidas foram ceifadas da face da terra causadas pelos crimes hediondos dos nazistas nos campos de concentração e de extermínio, pelo fascismo do imperialismo japonês que estendeu cadáveres sobre a China, a Manchúria, ilhas do Pacífico em nome do petróleo e, evidente, pelo genocídio do imperialismo ianque assassinando sem qualquer chance de defesa 180 mil pessoas em Hiroshima e Nagasaki.