quinta-feira, 12 de outubro de 2017

MARX PERTURBA STABLISHMENT BURGUÊS: filme “O jovem Marx” e o boicote das grandes redes de entretenimento descartável em tempos de moralismos fascistizantes



O
filme do já experiente cineasta haitiano Raoul Peck1 faz um corte histórico e retrata a vida d’O jovem Marx a partir dos 25 anos (1843), pouco tempo antes de Marx ser expulso da Alemanha junto com a sua companheira e esposa Jenny, dando início à sua longa jornada militante até os últimos dias de sua vida, muito embora a biografia política tenha um curto alcance, até a elaboração do Manifesto Comunista em 1848. Peck sempre fora um ativista político que tem como visão de mundo utilizar o cinema não apenas como entretenimento, mas uma ferramenta configurada para transmitir conteúdo, ou seja, empenha-se numa arte engajada, militante2. Sua formação intelectual e política desenvolveram-se durante a criminosa ditadura de Jean-Claude Duvalier, o “baby doc” e a Era neoliberal de Reagan/Thatcher.

terça-feira, 19 de setembro de 2017

182 ANOS DA REVOLUÇÃO FARROUPILHA: o passado nada heroico da oligarquia rio-grandense na construção mitológica do “gaúcho guerreiro”


E
m meio à profunda crise por que passa o estado do Rio Grande do Sul, consequência do modelo implantado à fórceps em nível federal pelos elementos mais reacionários e retrógrados na política nacional, os condutores do golpe constitucional que depôs o governo do PT, comemora-se a “Semana Farroupilha”. Odes são cantadas à “epopeia heroica” do povo gaúcho, sua tenacidade guerreira e seu brio nacionalista. Determinação acentuada e cultivada que coloca o ultraneoliberal Sartori para governar o estado! Veremos que a mitologia positivista criou falsos “deuses” e idealizou anseios e devaneios de classe (oligarca), de libertarismo, difundiu a ideia da “superioridade gaúcha”. Mas põe um antipovo entreguista para conduzir o estado! Além dos aspectos superestruturais (campo das ideias), a “Revolução Farroupilha” encerra inúmeros cursos ignominiosos e de derrotas tático-programáticas em razão a infantis erros estratégicos dos farroupilhas e seu imaginário no campo de batalha. A atual crise econômica faz com que o “patriotismo gaúcho” seja utilizado como medida diversionista pela mídia corporativa. Senão vejamos em uma análise bem sintética.

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

7 DE SETEMBRO DE 1822: o “Grito” do absolutismo monárquico na “Independência” do Brasil



N
estes dias recentes comemora-se a “Independência do Brasil” como se fosse algo faustoso, heroico e repentino. Bem diferente do que se ensina no formalismo escolar, o processo de independência foi tortuoso e cheio de traços emblemáticos-políticos deflagrados por gestos e faniquitos da família imperial, muito além do que a literatura positivista quis demonstrar ou imaginar em seu deletério antimonarquista. No polo oposto do que apregoavam os positivistas-republicanos, a monarquia brasileira desempenhou um papel importante no desenrolar do processo de ruptura com Portugal, muito mais como atuação reacionária à nova ordem mundial, o esfacelamento do antigo sistema colonial e a ascensão do capitalismo europeu.

sábado, 19 de agosto de 2017

VENEZUELA CONTRA O IMPÉRIO: Conspirações e sabotagens contra Chávez/Maduro a serviço da Casa Branca e da indústria petrolífera


O
s recentes acontecimentos na Venezuela são decorrentes de uma conjuntura política complexa desde que o chavismo teve sua assunção no Estado, a partir de 1999 e, desde então vem sendo alvo de ataques frequentes do Departamento de Estado americano que acionou o botão vermelho de alerta para a região: rica em petróleo e praticamente no quintal dos Estados Unidos. E por esta última modalidade, a Venezuela tem se convertido em um país estratégico para os interesses do imperialismo e a sua indústria petrolífera. Ao mesmo tempo, em suas fronteiras está a Colômbia, igualmente estratégica, não por suas riquezas minerais, mas por seu papel de submissão aos interesses acima citados, em especial sob o antigo governo entreguista do narcotraficante Álvaro Uribe1. Bogotá tem sido o portal de entrada política intervencionista dos EUA, valendo-se da justificativa do “combate ao tráfico de drogas” (quando Uribe fora durante anos advogado do Cartel de Medelin e amigo íntimo de Pablo Escobar!) e perseguição fascista à guerrilha da FARC. Nestas condições, o fascismo e a direita venezuelana vão ganhando terreno sob os auspícios da CIA e os aportes da Casa Branca.

sábado, 12 de agosto de 2017

“Enxurrada de fogo e fúria” ideológica do imperialismo contra o Estado operário norte-coreano. Todo direito da Coreia do Norte à soberania energética e de defesa militar!



U
m detalhe muito importante que quase ninguém considera nas atuais escaramuças entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos: o arsenal bélico e o potencial da energia nuclear norte-coreana são ambas utilizadas como recursos de defesa e soberania nacional diante do imenso e poderoso cerco militar e econômico capitalista. Toda força e resistência às constantes provocações ianques reside no caráter ainda de Estado operário e de nação não-alinhada ao Consenso de Washington e, principalmente no apoio das massas ao regime de Pyongyang. Para a imprensa à “murdoch”, a Coreia do Norte alcança o nadir das provocações e eleva o tom beligerante. Veremos que totalmente falsa essa versão, pois desde 2012 quando o Democrata Obama concedeu à Coreia do Sul o direito de cobrir com seus mísseis balísticos todo o território da RDPC (República Democrática e Popular da Coreia), as provocações e tentativas de intimidação ao Estado operário tem se intensificado através da doutrina “Ásia para os americanos”. Para Donald Trump os norte-coreanos devem ser tratados com “enxurrada de fogo e fúria”.

segunda-feira, 10 de julho de 2017

A “PRIMAVERA ÁRABE” E OS AMIGOS DA DEMOCRACIA DOS RICOS: Líbia retrocede centena de anos para acorrentar e escravizar seu povo e migrantes africanos subsaarianos fugidos da fome

 

O
choque da dura e nefasta realidade parece que não afetou em nada os arautos da tão propalada “primavera árabe” e, ainda no mesmo barco da contrarrevolução, os aríetes da “revolução árabe” somatizados em seus delírios das quentes noites de verão. Pungentes são os efeitos das centenas de milhares de bombas da OTAN sobre a Líbia em 2011 e as imensas chagas sobre a população. Devastado o país, o coronel Kadhaffi foi assassinado com requintes de crueldade e sadismo por mercenários a soldo da CIA e Mossad, comandados diretamente do Pentágono e a Casa Branca. Hillary Clinton comemorou em plena epifania esse “prêmio”, o corpo jazido ao chão do líder líbio... A quinta-coluna dos Clinton, e eversiva da esquerda, também aplaudiu orgasticamente o suplício do povo líbio aqui no Brasil: “a Primavera Árabe arrasta mais um ditador e abre a perspectiva do povo líbio desenvolver sua aspiração por um futuro livre de dominação. Esta ação também dará um novo impulso à revolução em toda região...”1. Restou o arraso das bombas, o pó, corpos e miséria. Quase sete anos do fim de Kadhaffi a guerra civil é a marca indelével do país, cuja economia não mais existe enquanto nação produtora. Vige uma terra sem lei, dominada por guerras fratricidas e por gangues sanguinárias. No lumiar desse caos absoluto, ressurge o tráfico de escravos em escala nunca antes vista. O status quo escravagista fora-lhe imposto a ferro e fogo pela ação militar e política das grandes potências capitalistas, com os Estados Unidos à cabeça.

quarta-feira, 28 de junho de 2017

200 ANOS DA BICICLETA: Duas rodas que mudaram - e podem mudar - o modo de ser e o Ser!

A "draisiana" criada há 200 anos
By André Fava                       

C
ada vez mais difundida nos hábitos urbanos nas grandes metrópoles, a bicicleta está completando 200 anos de existência e sofisticação! De simples brinquedo evoluiu para um dos veículos mais utilizados no mundo – somente na China são mais de 500 milhões de bicicletas –, inclusive proporcionando rupturas nos costumes e nas tendências políticas como a emancipação da mulher. Notícias esparsas indicam que a bicicleta teria sido idealizada por Leonardo da Vinci esboçada em seu Codex Atlanticus, mas historiadores contestam a versão, afirmando ser falsa1. O tema é controverso. Entretanto, a bicicleta deixa os esboços em papel para dar seus primeiros sinais de existência numa época em que as fontes de energia estavam sendo questionadas e estudadas cuja máquina a vapor começava a despontar no horizonte tecnológico da Revolução Industrial no Século XVIII. Nasceram quase que simultaneamente enquanto mentalidade e funcionalidade! Ou seja, vivia-se uma época de grande expansão econômica e, consequentemente, da indústria que cria novas necessidades materiais, o que redunda numa fé inabalável na realização da ciência e na liberdade individual. A máquina viria para libertar o trabalho do Homem, conceder-lhe mais tempo para o livre pensar e o lazer, enfim melhorar as condições de vida. O progresso seria um moto-contínuo perpétuo e inabalável da Humanidade. Claro, crença, nada mais... Guerras e conflitos virão em nome da disputa de mercados.

sexta-feira, 16 de junho de 2017

PORQUE O FRUTO PODRE NÃO CAI: Fração burguesa apoia Temer, enquanto direções sindicais apostam na institucionalidade eleitoral até 2018!


O
moribundo governo Temer está podre e claudicante. Mas, por que não cai? São múltiplos os fatores: está sendo sustentado a fórceps por uma fração minoritária da burguesia paulista (Fiesp e o agronegócio) e a oligarquia nordestina (teles e empresariado ligado ao setor terciário), as quais têm como representante e porta-voz o PSDB e seus satélites (DEM, PR etc.) no Congresso. Contudo, a tucanalha não apresenta consenso em suas propostas de manter em pé o semicadavérico peemedebê. FHC, astutamente com um pé na governabilidade e salvação do regime, encampou sem titubear a proposta da esquerda, aquela adaptada ao status quo, de “eleições gerais” (os morenistas que se manifestem!). Atesta sua nota: “A conjuntura política do Brasil tem sofrido abalos fortes e minha percepção também. Se eu me pusesse na posição de presidente e olhasse em volta reconheceria que estamos vivendo uma quase anomia” (O Globo, 16/6). Intimamente relacionada à “tese” do velho tucano corrupto, como elemento fundamental da permanência da quadrilha de assaltantes no Planalto, está a incapacidade da esquerda em superar os limites impostos pelo regime, cujo plano programático não ultrapassa a ideia de “eleições gerais” ou das “diretas já”, ou estapafurdicamente uma a-histórica “nova constituinte” (inacreditável!!!!). Até mesmo o projeto de greve geral para o dia 30 de junho está sendo descartado pelas direções sindicais, pois deixar o vampiro-mordomo sangrar favorece as pretensões eleitorais do PT em 2018.

sexta-feira, 19 de maio de 2017

LÚMPEN-BURGUESES DEPENDURADOS PELO PINCEL: rentistas querem impor novo governo ainda mais ultraneoliberal e reacionário! É preciso colocar em marcha o enfrentamento operário às investidas do grande capital especulativo!

Mais de 30 mil manifestantes em Porto Alegre - aqui a parte final da passeata!

D
esde a última greve nacional, 28 de abril, quando aportaram milhões de pessoas às passeatas e manifestações, o atual governo imposto pelos rentistas internacionais andava batendo cabeças entre seus lúmpens-burgueses, escroques e “batedores de carteira” do mais baixo nível e seus comparsas estaduais (Dória, Pezão, Sartori, Crivella, Alckmin...). Nesta quinta-feira, 18 de maio, os protestos políticos adensaram a crise institucional. Muito além do que os meios corporativos de comunicação estavam anunciando havia poucos dias, que a economia estava retomando sinais de vigor; a verdade era bem outra: cada vez mais, em razão da política ultraneoliberal adotada pela gangue do presidente postiço, a economia consumia-se pelo enorme buraco da recessão, pelo aumento desenfreado do desemprego e, consequentemente o dito “mercado” penava com a “retração dos ganhos de capital”. Ao mesmo tempo, Temer e sua equipe de “economistas” não estavam conseguindo colocar em marcha as tão sonhadas pelo “mercado” reformas trabalhista e previdenciária para suprir as supostas “interditas” contas públicas e dar para si 99,9% da parte do bolo da renda nacional. A meta deste futuro “novo” governo é deixar os farelos para os trabalhadores, contando com o aval autoritário do STF como fundamental coparticipe do golpe.

quarta-feira, 10 de maio de 2017

O CONCRETO ARMADO DA CORRUPÇÃO PRIVADA: de onde veio o enorme poder político-econômico das empreiteiras ou como funciona o capitalismo...


E
ste tema é tão vasto quanto são longos os tentáculos que abraçam a corrupção dentro do “regime republicano da democracia dos ricos” e estão envoltos sob o manto frígio do capitalismo. Antes de uma exceção, constitui-se como regra do jogo político nos sórdidos bastidores da vida burguesa. Por isso, necessário recorrer a perguntas certas e, consequentemente, teremos as respostas corretas sem inversão de posições de classe. O método da mídia mainstream passa precisamente por este último aspecto levantado: põe o agente público como fonte inercial de poder ou fonte de riquezas. Inclusa, lamentavelmente, nesta concepção está grande parcela da esquerda brasileira. Nossa análise vai de encontro a esse diversionismo midiático-ideológico de cérebros “globotizados”! Por que apenas as empreiteiras majoritariamente nacionais estão no foco das investigações? Qual a origem sub-reptícia do imenso poderio das grandes construtoras? Aos “probos vestais” da democracia burguesa a corrupção configura-se em uma aberração, quando na dura realidade que esses fazem questão de ocultar, é a regra do sistema e seu modus operandi!

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Sonhos fragmentados


Resenha sobre o livro “A Cama na Varanda” - Arejando nossas idéias
a respeito de amor e sexo. - Regina Navarro Lins
                                                                                                                      

By Dóris I. Bonhen*

A
Cama na Varanda é um livro instigante, que retrata a sexualidade humana através dos tempos, nos fazendo compreender, porque somos como somos e qual a “saída” para um dos maiores dramas da atualidade: o relacionamento. A autora aborda a posição de gêneros homem e mulher na relação e consequentemente na sociedade. Apresenta assim, as mais diversas formas de amar, criticando a monogamia, pelo fato de a mesma não apresentar mais mistérios e liberdade, fatores essenciais para um relacionamento satisfatório e dá ênfase ao chamado “poliamor”.

domingo, 30 de abril de 2017

GREVE GERAL DE 28 DE ABRIL: Gigantescas mobilizações dão o primeiro passo para o combate à quadrilha instalada no Planalto. Agora é rumo à greve geral de 48 horas!!!

Concentração dos manifestantes no Largo do Batata, em São Paulo

A
greve geral do dia 28 de abril pode, sem dúvida, ser considerada uma das mais expressivas que o país presenciou em toda a sua história: centenas de milhares de trabalhadores e desempregados aderiram nos principais centros produtivos das grandes metrópoles a uma GREVE ESSENCIALMENTE POLÍTICA! Por si só, independente do projeto e trajetória de traições das principais direções do movimento sindicato como a CUT – as quais durante os governos Lula e Dilma cumpriram o nefasto papel de engessar a ação organizada dos trabalhadores, atuando como correia de transmissão do Planalto e das mais reacionárias oligarquias regionais – as massas exploradas demonstraram uma grande disposição de se enfrentar com a claque de bandidos instaurados no Planalto e no judiciário. A estratégia petista de colaboração de classes enfraqueceu substancialmente o movimento operário. Evidentemente que o PT e a CUT têm imensa responsabilidade com a atual situação política. O primeiro promoveu o chamado “pacto oligárquico” com o que há de mais podre, fisiológico e reacionário exposto no tabuleiro da política nacional (clã dos Sarney, Renan Calheiros, Collor, Maluf, Igreja Universal, PMDB e por aí vai...), que impreterivelmente no despertar da época de crise se rebelou sem pestanejar em diáspora de ratos; a segunda atuou durante 14 anos como chapa branca e elemento de contenção de protestos e lutas, cujo governo petista chegou ao ponto de criminaliza-las como durante os eventos da Copa do Mundo de 2013-14 como sendo ação de terroristas. Em consequência, criou a “Lei Antiterrorismo” que vigora até hoje, com a qual a tucanalha se refestela e baixa a borracha.

quinta-feira, 30 de março de 2017

PACOTAÇO ULTRANEOLIBERAL DE SARTORI: a boçalidade mercadológica enterrando o patrimônio imaterial-subjetivo de um povo...

Ato Público em defesa da Fundação Piratini, quarta-feira, 29 de março de 2016

N
o apagar das luzes de 2016, o governo Sartori com a cumplicidade criminosa dos deputados estaduais, aprovou a extinção de oito estatais. E o mais grave, que nem cabem em seu discurso de desmonte da máquina do estado, de que são deficitárias. Ao contrário, não só são lucrativas como também são utilizadas para pagar a dívida pública perante banqueiros e a União. O PMDB, golpista, repousa suas teses ultraneoliberais sobre privatizações de setores estratégicos como estradas, transporte e energia, a exemplo do que vem fazendo seu consorte em nível nacional de esmagamento do que restou da infraestrutura estratégia do país. Há muito tais recursos político-contábeis demonstraram seu total fracasso e demonstram não ausência de ação, mas um programa político bem claro: uma gigantesca operação de desmonte dos serviços estatais para entrega-los à empresas terceirizadas sob cujo nome está algum político ou um laranja seu ou para grandes monopólios econômicos. Para chegar a esse ponto o governo de bandidos peemedebista e sua “base aliada” jogaram no lixo até mesmo as leis que eles próprios criaram, a Constituição Estadual, segundo a qual uma estatal para ser entregue à “iniciativa privada” deve ter antes um plebiscito popular. Portanto, desfraldou-se descaradamente uma clara operação anticonstitucional para aprovar o pacotaço de Sartori (a serviço de banqueiros e da RBS), burlando até mesmo cláusulas pétreas que reza a “soberania popular ser inviolável”!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

CRISE PRISIONAL BRASILEIRA: encarceramento em massa de pobres nas masmorras medievais do século XXI como expressão da luta de classes


A
crise que se abateu sobre o regime carcerário brasileiro não é de agora. Ela vem de longe! Marx e Engels trataram da criminalidade em seus estudos. Para eles, o crime é uma das peças que mantém o Estado capitalista funcionando em seu moto-perpétuo, uma necessidade transformada em uma mercadoria como outra qualquer: “O criminoso traz uma diversão à monotonia da vida burguesa; defende-a do marasmo e faz nascer essa tensão inquieta, essa mobilidade do espírito sem a qual o estímulo da concorrência acabaria por embotar. O criminoso dá, pois, novo impulso às forças produtivas…”¹. O que há de se destacar é a capacidade do atual governo (golpista) em solvê-la dentro da superestrutura monstruosa do direito penal. A mídia corporativa tenta esgotar o assunto como produto da superlotação dos presídios e o consequente domínio das facções criminosas. Nada mais falso. São apenas as consequências nefastas de toda uma estrutura social e política que remontam desde a construção do primeiro módulo prisional ainda no Brasil colônia – Casa de Correção do Rio de Janeiro (pronta em 1769)², cujo molde dá formas ao atual, ou seja, um sistema de cárcere centrista punitivo anacrônico e preconceituoso. Parece incrível, mas não houve um rompimento com o conceito de prisão oriundo da antiguidade (do Egito à época medieval) que etimologicamente significa “custódia e tortura”, ora perpetuado e desenvolvido em escala industrial!